15 novembro 2010

ENTREVISTA COM GABRIEL CHALITA (antes das eleições de 2010)

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“A Dilma quer mais creches, escolas de tempo integral e valorização de professores. Ela é uma mulher que vai ter sensibilidade para governar o Brasil”
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Guilherme Lisboa
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O vereador de São Paulo e candidato a deputado federal Gabriel Chalita (PSB) disse em entrevista ao Diário da Região que se eleito para a Câmara Federal irá continuar sua luta em favor da Educação, com projetos que visam valorizar os professores e os alunos. Chalita elogiou o governo do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ressaltou os programas de distribuição de renda como positivos. Por outro lado, o candidato criticou o presidenciável e ex-governador do Estado José Serra (PSDB). Além de dizer que saiu do partido tucano por causa dele, o socialista ainda declarou que o maior equívoco da gestão de Serra foi desrespeitar os professores.
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A Educação será sua principal bandeira na Câmara Federal?
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Sim. Acho que a Educação é uma política que abrange outras políticas: você melhora tudo por meio dela. Eu tenho a proposta de apresentar no Congresso uma Lei de Responsabilidade Educacional. Hoje o Brasil tem uma legislação abundante na área educacional, o problema é que toda essa legislação não tem sanção. Para mim, o grande problema da Educação brasileira é que nós não conseguimos colocar metas e persegui-las. Cada vez que se troca um prefeito, um secretário municipal, um governador ou um secretário estadual, você para com aquilo que vinha dando certo e inicia uma outra visão educacional. Isso é uma tragédia para o Brasil. Isso vai ser o primeiro trabalho que vou desenvolver se for eleito: criar a Lei de Responsabilidade Educacional.
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E sobre o que trataria essa Lei?
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Ela teria alguns parâmetros para a melhoria da Educação. Por exemplo, eu acho que o Brasil precisa ter escola de tempo integral, só que você não transforma as escolas em tempo integral de uma hora para a outra. Assim, é preciso ter uma Lei que dê prazo para isso, desde as escolas de Ensino Fundamental até chegar no Ensino Médio, que vai trabalhar com a parte prática e teórica. Também é preciso resolver o problema do déficit de vagas em creches. Enfim, a Lei vai enumerar esses grandes problemas educacionais, colocar prazos e impedir que os processos educacionais sejam interrompidos.
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Na Câmara Federal, você pretende continuar seu trabalho de combate ao bullying?
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Com certeza. A mesma Lei que apresentei na Câmara Municipal de São Paulo eu vou apresentar em Brasília porque isso é um mal que acomete 50% das crianças nas escolas. A questão do bullying é uma tragédia para crianças, adolescentes e famílias. Quero fazer uma política nacional de combate ao bullying escolar. Acho que a discussão da Lei no Congresso já gera uma discussão na sociedade. Acabei falando com vários autores de novela e a Glória Perez colocou na novela dela a questão do bullying, assim como o Walcyr Carrasco. O problema é mais sério do que a gente imagina, a quantidade de jovens que se matou nesse período, por questões ligadas ao bullying, de pessoas que desistiram da escola, que se transformaram em verdadeiros agressores por terem sofrido e quererem revidar o que sofreram.
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Existem alguns projetos na Câmara Federal para alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente. Você acredita que o atual ECA precisa ser modificado?
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O ECA é uma legislação fantástica, que mudou o conceito da criança e do adolescente no Brasil. A única coisa que eu apontaria que, na verdade, só precisa mudar por causa da interpretação que os juizes dão, às vezes, é uma explicitação maior de que a medida restritiva de liberdade é o último caminho como medida sócio-educativa. Você deveria aplicar a liberdade assistida e a prestação de serviços à comunidade como medidas preventivas, de uma forma até mais eficiente. Já a internação é a última medida e isso não vem acontecendo, pois, a tendência do juiz é internar. Quando a criança furta uma coisa na padaria de uma cidade do Interior, ela vai para a unidade da Fundação Casa. E quanto à questão da redução da maioridade penal, eu sou contra. Acho que não vai resolver o problema, isso é uma bobagem.
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Quando você foi secretário da Educação do Alckmin, uma das marcas dessa gestão foi a criação das escolas de tempo integral. O próprio Alckmin tem falado que o número de escolas foi reduzido pelo ex-governador José Serra. Como você vê essa questão?
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Eu acho uma tragédia, uma irresponsabilidade. Esse foi um dos motivos para eu trocar de partido, o que o Serra fez com a Educação no Estado de São Paulo. Acho que ele errou na diminuição das escolas de tempo integral e da Escola da Família, que virou modelo e foi copiada por vários países do mundo, mas ele reduziu de 50 mil jovens para 10 mil jovens, sem nenhuma justificativa. Para mim, o maior equívoco que a gestão Serra fez na área da Educação foi desrespeitar os professores. A provinha que ele criou é preconceituosa, a única categoria do Estado que faz essa provinha é o professor e ela nem garante o aumento salarial, pois a Lei diz que depende da sobra de recursos. O professor vai ser melhor ou pior pelo que ele ensina ou não ensina e não por causa de uma provinha. Então, isso é uma política completamente equivocada.
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E como você se posiciona quanto a outras polêmicas do governo Serra: o envio de tropas da polícia para reprimir professores e a criação da Secretaria de Ensino Superior?
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Falta ao Serra, na minha modesta opinião, uma visão mais democrática dessas relações com categorias. Acho que foi absolutamente incorreto, não se trata professor como bandido. A história da criação da Secretaria da Educação Superior foi um equívoco porque não precisa dela, já que as universidades estaduais têm autonomia. Por que o Serra não conversou com os alunos? Eu não tive nenhuma greve. Quando tinha uma manifestação dos professores na porta do governo eu ia até lá conversar com eles. Essa arrogância, essa insensibilidade é que gera problemas, as greves voltaram, a USP já ficou 70 dias parada. Acho que faltou ao Serra essa postura de estadista.
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Chalita, uma marca da sua gestão e do Alckmin foi consolidar a progressão continuada de ensino, que tem sido muito criticada. Você acredita que essa política foi adotada de forma errada?
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Acho que foi adotada de forma errada e acho que vale a pena manter. Diferente do que ocorreu em Minas Gerais, em São Paulo foi de uma hora para outra, todo mundo teve que adotar e, daí, o pai ficou com raiva e o professor não compreendeu. Não está errada a progressão continuada. Se estivesse errada, não estaria em Israel, na França, no Chile e na Finlândia. Nenhum País do mundo trabalha com a pedagogia da repetência. A forma com que a opinião pública pegou a progressão é equivocada, pois se fala que a criança analfabeta passa de ano, quando a pergunta deveria ser: “por que uma criança que vai à escola continua analfabeta?”. Não é para ficar analfabeta, pois, se ela está indo à escola, tem que aprender. Não é repetir a criança que vai melhorar a Educação e também não se vai acabar com o analfabetismo funcional eliminando a progressão continuada. Mas também não se pode desconsiderar que as crianças não estão aprendendo. O governo Serra acabou com a política eficiente de reforço escolar, de ajudar a criança que está com dificuldade.
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Além da discordância com o Serra, outro motivo que te levou a mudar para o PSB foi o plano de pleitear o cargo de senador pela sigla. Você se arrepende de ter mudado de partido, já que essa perspectiva terminou frustrada?
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Não me arrependo porque realmente não queria apoiar o Serra para presidente. Não seria bom para o Brasil. E eu sou incapaz de apoiar uma pessoa que não concorde, em que eu não acredite. Então, eu queria realmente migrar para um grupo de apoio ao presidente Lula e que apoiasse a candidata a presidente Dilma Rousseff. O Serra é uma pessoa difícil do ponto de vista pessoal, mas é uma crítica conceitual, a forma como ele trata a política nessa relação humana não é uma forma que eu tenha admiração. Eu imaginava que o PSB fosse seguir outro caminho aqui em São Paulo e, para ser sincero, isso me deixou um pouco frustrado. Não o fato de concorrer a deputado federal, porque é muito nobre isso, pois tudo o que eu discutiria no Senado, posso discutir na Câmara Federal. Mas acho que o PSB não tomou medidas muito democráticas em São Paulo para a escolha do candidato a governador. Infelizmente, os partidos brasileiros são assim, você não tem partido perfeito.
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Se o Alckmin for eleito, você acredita que ele vai te convidar para retornar à Secretaria da Educação?
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Não é o meu projeto. Eu queria muito discutir a Educação no Brasil, fazer um plano nacional de Educação. Claro que seria uma honra ser secretário estadual, mas acho que poderia dar uma contribuição no Congresso, com a discussão dessa Lei de Responsabilidade. Mas, com certeza, vou ajudar no governo dele, tenho proximidade para sugerir e dizer “não faça isso com os professores”. Acho que eu teria voz no governo dele, como acho que também teria no governo Dilma. E também me dou muito bem com o Mercadante, sei que ele tem boas ideias.
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Você foi procurado pela campanha da Dilma para ajudar a elaborar o programa de governo na área educacional. A pergunta é semelhante: caso ela seja eleita presidente, você acredita que vai ocupar algum cargo na equipe dela?
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Acho que ela vai me escutar muito na Educação, porque ela já tem feito isso. Se você olhar o programa de governo dela, verá que ela falou de todos os temas que a gente fala: creches, escolas de tempo integral, valorização de professores, participação da família. Tenho conversado muito com ela, eu gosto dela e acho que ela é uma mulher que vai ter sensibilidade para governar o Brasil. Não sei se ela me convidaria, mas independente de estar no governo ou no Congresso, eu quero infernizar – no bom sentido – na área da Educação. O Brasil melhorou muito com o Lula, muito mesmo, na distribuição de renda, na condição da pessoa humana e o que falta agora é melhorar a Educação. É vergonhosa a Educação brasileira se comparada à Argentina, ao Uruguai, ao Paraguai, que é muito mais carente. O Brasil tem dinheiro para ser um País melhor em Educação, tem boas Leis, tem histórico de grandes educadores, mas falta ao Brasil maturidade política nisso. E eu quero trabalhar com isso, vou ser um obstinado na defesa da Educação.
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Acessado em 15NOV2010

E AGORA, O CHALITA ESTÁ LÁ . . .

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Eleito deputado federal com a segunda maior votação do Estado de São Paulo, Gabriel Chalita (PSB), ex-secretário de Educação do Estado de São Paulo foi eleito com 560.022 mil votos.
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O educador pretende levar para a Câmara dos Deputados sua experiência, idéias e propostas para alcançar o salto de qualidade que a educação precisa em São Paulo e no Brasil.
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Agradecimentos de Gabriel Chalita: nós acreditamos nos mesmos valores. Defendemos as mesmas idéias, e eu vou representá-lo na Câmara dos Deputados. Quero agradecer os 560.022 votos que me honraram e reiterar meu compromisso com a defesa da vida, a educação e uma política feita com ética, respeito e amor.
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ACESSADO EM 16NOV2010 – ‘’BLOG GABRIEL CHALITA’’
Disponível em:
http://www.gabrielchalita.com.br/noticias_int.php?id=753

LEI DE RESPONSABILIDADE EDUCACIONAL?

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Deputados articulam criação de
Lei de Responsabilidade Educacional
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Deputados que integram a Comissão de Educação e Cultura estão se articulando para criar uma Lei de Responsabilidade Educacional. O tema será abordado em reunião nesta quarta-feira (18) com o ministro da Educação, Fernando Haddad. A intenção é retomar uma iniciativa que poderá repetir na educação os ganhos na gestão orçamentária obtidos com a
Lei de Responsabilidade Fiscal.
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O objetivo da lei a ser criada é garantir níveis mínimos de qualidade para a educação básica brasileira, com punições aos gestores que não conseguirem alcançar esses patamares. Tramitam, na Câmara, pelo menos seis projetos que podem ser enquadrados nesse propósito.
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O mais antigo é o Projeto de Lei 7420/06, da deputada Professora Raquel Teixeira (PSDB-GO), que determina que a educação básica, em cada rede e sistema de ensino do País, obedeça a critérios obrigatórios de qualidade, entre os quais a jornada escolar universal em tempo integral, de pelo menos sete horas diárias no ensino fundamental, e de cinco horas no ensino médio.
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A deputada de Goiás, aliás, assumiu, informalmente, a liderança do movimento pela nova regra cujo ápice foi o seminário internacional, organizado pela comissão em meados do ano passado, sobre ética e responsabilidade na educação. A proposta ganhou o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) – que ajudou a elaborar parte dos projetos em tramitação – e da organização Todos pela Educação.
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"Depois do seminário, o Ministério da Educação [MEC] se comprometeu em elaborar uma proposta de governo sobre o assunto, mas, por causa das eleições de 2008, a negociação entrou em banho-maria. Mas vamos retomá-la agora", declarou Raquel Teixeira. Segundo o MEC, o projeto está sendo elaborado, mas ainda não há consenso sobre suas bases.
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Metas
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Integrante da organização Todos pela Educação, a deputada defende que as metas de uma eventual Lei de Responsabilidade Educacional sejam semelhantes às do movimento civil que, em linhas gerais, são:
– toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola;
– toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos;
– todo aluno com aprendizado adequado à sua série;
– todo jovem com ensino médio concluído até os 19 anos; e
– investimento em Educação ampliado e bem gerido
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A expectativa de Raquel Teixeira é que a principal resistência ao projeto seja dos municípios, uma vez que a responsabilidade constitucional pela educação básica é deles, e as prefeituras serão os focos de cobranças.
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O projeto da deputada determina, por exemplo, que o descumprimento das regras seja considerado crime de responsabilidade, infração político-administrativa e ato de improbidade administrativa. Além disso, levará à suspensão das transferências voluntárias da União, relativas à educação, enquanto não forem superadas as irregularidades.
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A Confederação Nacional dos Municípios ainda não tem análise do impacto da lei na gestão local, mas, para reduzir a resistência, a deputada admite, por exemplo, dividir a responsabilidade pela gestão da educação básica entre município e governo estadual ou União.
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Agência Câmara de Notícias
17/03/2009 17:04 – Acessado em 15NOV2010
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05 novembro 2010

V Mostra de Pesquisa do Mestrado em Educação

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Universidade Católica de Santos - UNISANTOS
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Evento inclui, também, o III Seminário de Educação e Cidadania: Políticas e Processos Formativos e o III Colóquio de Acervos Escolares. O objetivo é gerar um espaço de encontro e debate para reflexão e divulgação da pesquisa em educação, seus desafios e perspectivas nos tempos atuais.
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Público-alvo: estudantes e professores do Programa de Mestrado em Educação da UNISANTOS; estudantes e professores da graduação, em especial, dos cursos de licenciatura; gestores e professores da rede pública estadual e municipal da Baixada Santista; e demais interessados nas temáticas desenvolvidas.
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Locais:Campus D. David Picão (anfiteatro, auditórios e saguão)
Campus D. Idílio José Soares (auditórios)
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PROGRAMAÇÃO
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09/11 (terça-feira)
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9h às 12h (Campus D. David Picão)
Abertura Oficial
Conferência de Abertura:
Pesquisa em Educação nos tempos de hoje
Prof. Dr. José Cerchi Fusari (FE-USP)
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14h às 16h (Campus D. David Picão)
Mesa Redonda:
A Educação para Cidadania em Contextos de Formação
Coordenação: Profa. Dra. Maria Angélica Rodrigues Martins
- Profa. Dra. Maria Leila Alves (UMESP/SP)
- Prof. Me. Ricardo Galvanese (UNISANTOS)
- Profa. Dra. Laura Camara Lima (UNIFESP/Santos)
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16h às 17h30 (Campus D. David Picão)
Sessões de Comunicações
Coordenação Geral: Profa. Dra. Sanny da Silva Rosa (UNISANTOS)
Coordenadores das sessões: professores da graduação e da pós-graduação/UNISANTOS
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10/11 (quarta-feira)
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9h às 11h (Campus D. David Picão)
Mesa Redonda:
A Pesquisa em Questão
Coordenação: Profa. Dra. Irene Jeanete Lemos Gilberto
- Profa. Dra. Rosa Maria Ferreiro Pinto (Mestrado em Saúde Coletiva/UNISANTOS)
- Prof. Dr. Fernando Fernandes da Silva (Coordenador Geral da Pós-Graduação/UNISANTOS)
- Profa. Dra. Maria Amélia Santoro Franco (Mestrado em Educação/UNISANTOS)
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11h30 às 12h30 (Campus D. David Picão)
14h às 16h30 (Campus D. David Picão)
Sessões de Pôsteres
Profa. Dra. Sueli Mazzilli e Prof. Dr. Luiz Carlos Barreira
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19h às 21h (Campus D. Idílio)
LIAME: Memória e História Oral
Coordenação: Profa. Dra. Ariane Franco Lopes da Silva
- Profa. Dra. Maria Apparecida Franco Pereira (LIAME-UNISANTOS)
- Prof. Me. André Luiz Meirelles (LIAME-UNISANTOS)
- Prof. Rafael Silva e Silva (LIAME-UNISANTOS)
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11/11 (quinta-feira)
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9h às 12h (Campus D. David Picão)
Mesa Redonda:
Processo de formação de professores: desafios e perspectivas na pesquisa em educação
Coordenação: Profa. Dra. Maria de Fátima Barbosa Abdalla (Coordenadora do Mestrado em Educação/UNISANTOS)
- Profa. Dra. Laurizete Passos Ferragut (PUC/SP)
- Profa. Dra. Marília Claret Geraes Duran (UMESP)
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Encerramento
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Outras informações:Secretaria da Pós-Graduação
Tel.: 3226-0500

02 novembro 2010

BOA SORTE, DILMA!

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É incrível o poder de persuasão dessa cúpula de antigos crápulas que, tão bem e quase sem resistência, ocupavam o lugar privilegiado de uma minoria habituada a chupinhar o sangue e a boa vontade de um curral gigantesco. E eles são tão bons com as suas máscaras, que chegam a confundir os corações singelos e desavisados.
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Em outros processos de nossa história, primeiro estes tais chupins, infiltrados, ensinaram a crer sem contradizer, e todos aprenderam a dizer amém de joelhos. Depois a corja mudou de cara, e reduziram os direitos naturais, que muitos achavam que nem sequer possuíam, a uma lógica desumana de “ter” qualquer migalha e não “ser” absolutamente nada, se isso lá fosse possível. E nos momentos de desestabilização, acionavam as armas e o terror da violência. Despoticamente, eliminavam do jogo qualquer pessoa que ousasse lhes dizer não.
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Proprietários X Escravos; Patrícios X Plebeus; Senhores X Servos; Industriais X Operários... Habitualmente, Minoria X Maioria... E sempre uma minoria dominava a maioria. Estranha evolução!...
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Mas o que é diferente agora? A diferença é que a maioria está mais consciente, tipo assim, consciente à flor da pele. O que vem acontecendo aqui no Brasil neste momento está se irradiando para a parte desprezada do mundo, numa evolução sem chances de retorno. Mas não um mundo qualquer ou, um mesmo mundo. Desta vez estamos falando de um estágio final de equilíbrio, porque depois deste estágio, nosso futuro está mais além.
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Meu Deus! Que ironia!... O Brasil?!... – um dos mais achacados e desacreditados da história? Pois é: estamos fazendo a revolução final, porque mais do que mera maioria, é também maioria que está aprendendo a olhar todo o jogo de forças. Do quintal ao mundo, está aprendendo a dizer não ao que não lhe convém. E com muita dignidade, diga-se de passagem... Um coração corinthiano não se engana mesmo. Sofredor, sim, mas com a esperança que ultrapassa qualquer estratégia infalível. É a arte dos sofredores garantindo seu espaço, e é a arte que só os sofredores conhecem. É o espelho na cara da Meduza mascarada.
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E aquela mesma cúpula que migrou em tempos remotos para formarem os países ricos e civilizados, mais tarde seguiu plantando suas sementes de controle aos submetidos. A Ibéria, a Inglaterra, os templos, o escravagismo, a cana, o ouro, o café, as fábricas, a televisão, the Anglo-Americans e todos os símbolos condicionadores que os acompanhavam. Mas no desenrolar de tudo isso, também as sementes dos contestadores anônimos foram incubadas e vieram à tona numa oportunidade de emergir, pela primeira vez, de um fundo do poço que parecia não ter fim.
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Pretos, mestiços, mulheres, pobres, esfarrapados, macumbeiros, biscateiros... Quem iria dar atenção a essa gente? Só que é o seguinte: este mundo é de todos e nossa grandeza sempre teve seu lugar reservado.
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Temos que estar atentos aos golpes felinos que procurarão novos controles e infiltrações. Lamento entender que isso é inevitável. Mas também sei que estes a quem me refiro, estão se recuperando das últimas investidas, e como já aprendemos pela experiência, é o momento de fortalecermos nossas bases a fim de, quando os velhos caifazes reacionários ousarem se achegar de novo, estarmos em patamar inalienável de dignidade e respeito...
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Boa sorte, brasileiros!
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Paulo Sergio Teixeira - 02/OUT/2010