02 novembro 2010

BOA SORTE, DILMA!

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É incrível o poder de persuasão dessa cúpula de antigos crápulas que, tão bem e quase sem resistência, ocupavam o lugar privilegiado de uma minoria habituada a chupinhar o sangue e a boa vontade de um curral gigantesco. E eles são tão bons com as suas máscaras, que chegam a confundir os corações singelos e desavisados.
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Em outros processos de nossa história, primeiro estes tais chupins, infiltrados, ensinaram a crer sem contradizer, e todos aprenderam a dizer amém de joelhos. Depois a corja mudou de cara, e reduziram os direitos naturais, que muitos achavam que nem sequer possuíam, a uma lógica desumana de “ter” qualquer migalha e não “ser” absolutamente nada, se isso lá fosse possível. E nos momentos de desestabilização, acionavam as armas e o terror da violência. Despoticamente, eliminavam do jogo qualquer pessoa que ousasse lhes dizer não.
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Proprietários X Escravos; Patrícios X Plebeus; Senhores X Servos; Industriais X Operários... Habitualmente, Minoria X Maioria... E sempre uma minoria dominava a maioria. Estranha evolução!...
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Mas o que é diferente agora? A diferença é que a maioria está mais consciente, tipo assim, consciente à flor da pele. O que vem acontecendo aqui no Brasil neste momento está se irradiando para a parte desprezada do mundo, numa evolução sem chances de retorno. Mas não um mundo qualquer ou, um mesmo mundo. Desta vez estamos falando de um estágio final de equilíbrio, porque depois deste estágio, nosso futuro está mais além.
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Meu Deus! Que ironia!... O Brasil?!... – um dos mais achacados e desacreditados da história? Pois é: estamos fazendo a revolução final, porque mais do que mera maioria, é também maioria que está aprendendo a olhar todo o jogo de forças. Do quintal ao mundo, está aprendendo a dizer não ao que não lhe convém. E com muita dignidade, diga-se de passagem... Um coração corinthiano não se engana mesmo. Sofredor, sim, mas com a esperança que ultrapassa qualquer estratégia infalível. É a arte dos sofredores garantindo seu espaço, e é a arte que só os sofredores conhecem. É o espelho na cara da Meduza mascarada.
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E aquela mesma cúpula que migrou em tempos remotos para formarem os países ricos e civilizados, mais tarde seguiu plantando suas sementes de controle aos submetidos. A Ibéria, a Inglaterra, os templos, o escravagismo, a cana, o ouro, o café, as fábricas, a televisão, the Anglo-Americans e todos os símbolos condicionadores que os acompanhavam. Mas no desenrolar de tudo isso, também as sementes dos contestadores anônimos foram incubadas e vieram à tona numa oportunidade de emergir, pela primeira vez, de um fundo do poço que parecia não ter fim.
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Pretos, mestiços, mulheres, pobres, esfarrapados, macumbeiros, biscateiros... Quem iria dar atenção a essa gente? Só que é o seguinte: este mundo é de todos e nossa grandeza sempre teve seu lugar reservado.
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Temos que estar atentos aos golpes felinos que procurarão novos controles e infiltrações. Lamento entender que isso é inevitável. Mas também sei que estes a quem me refiro, estão se recuperando das últimas investidas, e como já aprendemos pela experiência, é o momento de fortalecermos nossas bases a fim de, quando os velhos caifazes reacionários ousarem se achegar de novo, estarmos em patamar inalienável de dignidade e respeito...
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Boa sorte, brasileiros!
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Paulo Sergio Teixeira - 02/OUT/2010

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