06 setembro 2008

NOVAS CONVENIÊNCIAS

Vejam que ironia, amigos! Durante o 1º semestre de 2008, houve toda uma articulação em torno da "loucura" de um pretenso retorno à censura sobre as informações; um movimento propagado que recusava as tentativas de um mínimo de "limites" a propagandas enganosas, técnicas publicitárias ou baixarias televisivas que as famílias não são obrigadas mesmo a assistir. Aliás, esta era a grande justificativa à estupidez das baboseiras midiáticas, que têm servido mesmo para mostrar o quanto se subestima as gentes desta nação. Diziam por aí, em letras, imagens e sons: "Ninguém é obrigado a assistir o que não lhe convém. Se o programa não é apropriado, cabe aos responsáveis observarem os menos preparados, mas isso não deve ser função do Estado". Desconfio que, sobre isso, embora os comunicadores não se manifestem (mas já devem se preocupar bastante), deve estar havendo uma queda inesperada das audiências, e isso, certamente, porque a WEB decola à velocidade da luz!

Com que base falo na provável queda de audiência? Não fiz estudos sobre isso, não li nada a respeito, porque não há nada para se ler e nem nunca haverá, mas assistimos o crescente aumento de internautas no Brasil, programas de inclusão digital, popularização da Internet, mas, principalmente, tenho falado com um bocado de gente aqui das cidades que dizem não assistir mais televisão, a não ser, os telejornais. É aquela historinha deplorável da tal "rádio-peão", que no fundo, no fundo, deve ter alguma verdade.

Quem diria? Estava escrito nas estrelas? Ora, nem a Escola de Frankfurt foi capaz de prever essa daí! Pobres profetas que não suspeitaram dos auspícios das técnicas... E a quem possa interessar: "Darcy Ribeiro chegou a suspeitar e registrou".

Agora andamos ouvindo as novas: "Veja... é preciso que haja ética sobre a informação digital...”, e, de repente... “Se não houver regras, pessoas e instituições poderão passar constrangimentos". É sempre assim: quando tentam toda forma de controle, de repente, achamos uma brecha, conseguimos a proximidade verdadeiramente democrática, e aí, vem a roda viva e toda aquela coisa e tal. Subimos em direção à crista e oxalá que a ressaca da maré nos esqueça.

São Vicente, 05SET2008 - Paulos Teixeira

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