Helsinque, 10 set (EFE)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou hoje em Helsinque sua viagem pela Europa com uma forte defesa dos biocombustíveis e pedindo que empresas finlandesas invistam no Brasil.
Após se reunir com a presidente da Finlândia, Tarja Halonen, Lula participou de um seminário econômico organizado pela associação de empresas exportadoras finlandesas (Finpro), junto com a delegação de ministros e 50 empresários que o acompanha.
"A Finlândia tem muito interesse nos biocombustíveis produzidos no Brasil", afirmou Halonen em entrevista coletiva.
Para a presidente finlandesa, a substituição dos combustíveis fósseis pelo etanol, pelo biodiesel e por formas de energia alternativas terá um papel fundamental na redução das emissões de gases que intensificam o efeito estufa.
"Hoje, brindamos duas vezes com bebidas sem álcool, porque atualmente todo o álcool é dedicado para produzir biocombustíveis", brincou Halonen.
O Brasil é um dos líderes mundiais na produção de etanol e biodiesel procedentes de produtos agrícolas como a cana-de-açúcar, a soja e o girassol. Estima-se que 75% dos novos veículos vendidos no país usam parcialmente estes combustíveis.
"Os entendimentos mantidos durante esta visita entre a Petrobras e a Neste Oil abrem perspectivas de cooperação estratégica no campo da energia", afirmou Lula.
O presidente detalhou ao Governo e à comunidade empresarial finlandesa as oportunidades de investimento contidas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), principalmente na área de infra-estrutura.
"Estou certo de que este seminário empresarial terá um efeito multiplicador neste novo capítulo das relações econômicas entre Brasil e Finlândia", ressaltou.
Durante o seminário, a empresa de fabricação de celulose sueco-finlandesa Stora Enso anunciou que pretende dobrar a capacidade de produção da Veracel, na Bahia, da qual detém 50%, junto com a Aracruz Celulose.
Segundo os planos das companhias, a nova fábrica da Veracel passará a produzir duas milhões de toneladas anuais de celulose a partir de polpa de eucalipto.
Lula disse que o turismo também apresenta perspectivas de crescimento, com um número cada vez maior de finlandeses que visitam as praias do nordeste e outros pontos turísticos do país.
O Brasil é o maior parceiro comercial da Finlândia na América Latina. O país exporta para lá principalmente matérias-primas, combustíveis, máquinas e alimentos. Em 2006, o valor das exportações brasileiras para a Finlândia chegou a US$ 785 milhões, 41% a mais que em 2005, segundo dados da Finpro.
No ano passado, pela quarta vez consecutiva, a balança comercial foi favorável ao Brasil, graças principalmente à aquisição de aviões fabricados pela Embraer pela companhia aérea Finnair, além da exportação de celulose para abastecer a grande indústria de papel finlandesa.
No mesmo período, as importações de produtos finlandeses cresceram 80% em relação ao ano anterior, até US$ 584 milhões.
O Brasil importou da Finlândia principalmente maquinaria pesada, motores industriais, papel e derivados e produtos eletrônicos, em especial telefones celulares da Nokia.
Os investimentos finlandeses no Brasil também aumentaram os últimos anos, graças a uma política comercial mais atrativa.
Mais de 40 companhias do país nórdico abriram filiais no Brasil na última década, sobretudo no setor de telecomunicações, de infra-estrutura portuária, saúde e educação e indústria florestal.
Segundo o Banco da Finlândia, em 2005 as empresas finlandesas presentes no país empregaram cerca de 6.200 funcionários e tiveram faturamento conjunto de US$ 2,375 bilhões.
Lula encerra sua visita à Finlândia hoje com um jantar oferecido por Halonen. Amanhã seguirá viagem pelos países escandinavos visitando Suécia, Dinamarca e Noruega, antes de ir à Espanha. EFE
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