02 agosto 2008

PERSPECTIVAS DO BRASIL PARA O MUNDO



Brasil terá crescente importância na economia mundial, diz estudo


A economia mundial deverá passar por um realinhamento até 2020, comuma queda de importância dos Estados Unidos ao mesmo tempo em queBrasil, China e Índia ganharão mais destaque no cenário global, segundo projeções do International Poverty Centre (IPC). De acordo comas previsões do IPC, ligado ao Programa das Nações Unidas para oDesenvolvimento (Pnud), até 2020 o Brasil vai ganhar um significativopeso econômico. O IPC projeta que em 2020 a economia brasileira seria cerca de 38% maior do que a do Leste Europeu e próxima de um quinto da economia dosEstados Unidos. A renda per capita do Brasil deverá crescer a um ritmode 3,4% até 2020, segundo as previsões do IPC. "(O Brasil) deverá se beneficiar da demanda contínua por suas exportações de commodities edo aumento do comércio e do investimento intra-regional", diz o estudo. "Mas suas políticas financeiras conservadoras, que sustentam o valor de sua moeda, indicam que seu pequeno déficit em conta corrente vaimudar pouco até 2020. "As projeções foram feitas considerando o impacto do aumento do petróleo, da queda do dólar e de uma possível recessão nos Estados Unidos na economia global.

China
Segundo as projeções do IPC, em 2020 a China será a maior economia domundo, "ultrapassando facilmente tanto a dos Estados Unidos quanto ada Europa". As projeções indicam que o tamanho da economia chinesa (medido em termos de paridade de poder de compra), que hoje equivale acerca de 86% da economia dos Estados Unidos, passará ao equivalente a 132% em 2020. O IPC projeta uma queda na renda per capita nos Estados Unidos apartir de 2013, com o fim do impacto do pacote de estímulo monetário efiscal implementado pelo governo americano em resposta à atual criseeconômica. "No período de 2008 a 2020, o crescimento projetado da renda percapita nos Estados Unidos é de apenas 0,5% por ano, bem abaixo damaioria dos outros países desenvolvidos", diz o estudo. Para sua projeção, o IPC considera que o pacote de ajuda estará em vigor entre 2008 e 2011. "Se esse estímulo que nós projetamos não fosse aplicado,o resultado projetado seria bem pior", diz o texto. Em contraste com a estagnação e o declínio previstos para os EstadosUnidos, a renda per capita da China deve crescer a 4,7% ao ano duranteo período de 2008-2020, segundo o IPC. "Essa é uma marcada redução deritmo em comparação a sua recente taxa de crescimento de 7% a 8%. Masainda alta se comparada às taxas projetadas para outros países emdesenvolvimento e desenvolvidos", diz o estudo. Segundo o IPC, devido à desaceleração global, especialmente à estagnação dos Estados Unidos, "o substancial superávit em contacorrente da China em 2008, de 6,8% do PIB, seria reduzido em 3 pontospercentuais em 2020". As projeções indicam ainda que a economia chinesa irá "enfrentar novosdesafios depois de 2020 por causa do aumento das importações demanufaturados, matérias-primas e energia de alto custo".

Índia
A economia da Índia aumentaria do equivalente a cerca de 35% daeconomia dos Estados Unidos em 2008 para cerca de 55% em 2020 eultrapassaria o tamanho da economia do Japão em cerca de 45%, segundoo IPC. "A projeção é de que a Índia continue seu atual ritmo decrescimento de 4% na renda per capita até 2020, apesar da desaceleração global", diz o IPC. Segundo o IPC, como a Índia é menos dependente de importações do que a China, sua conta corrente iria melhorar, passando de um déficit de -2,4% em 2008 para um pequeno superávit de 0,5% em 2020. Para o IPC, "as principais determinantes do declínio americano são problemas profundamente estruturais, como a persistência de um grande déficit em conta corrente e um oneroso endividamento externo". O IPC projeta que a desvalorização do dólar vai parar em 2010. Também prevê que o déficit em conta corrente americano aumente de -5,5% do PIB em 2008 para -6,3% em 2020. Segundo o IPC, as mudanças previstas para a economia global "podem ser ainda mais dramáticas" se as políticas econômicas do Brasil, da China e da Índia forem ajustadas para intensificar suas perspectivas dedesenvolvimento de longo prazo.

[Divulgado por professor-pesquisador de ETEC-MG]

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