31 julho 2008

O PODER DA GRANA NA EDUCAÇÃO


Capital Estrangeiro no Ensino
Capital estrangeiro e fusões de empresas aumentam no ensino superior 10/07/2008 16h15
O processo de oligopolização no mercado do ensino superior brasileiro aumentou ainda mais nesta semana: a Anhanguera Educacional comprou mais uma instituição – o Centro de Ensino Superior de Rondonópolis. Com isso, o grupo chega a 140 mil estudantes e estende seus interesses por vários Estados. A informação foi dada no blog da jornalista Renata Cafardo, do jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a matéria, além da Anhanguera, também a Estácio de Sá, uma tal de Kroton Educacional e o Sistema Educacional Brasileiro são alguns dos empreendimentos no ensino universitário que têm capitais abertos na bolsa de valores, foco de atenção de investidores estrangeiros. De acordo com Cafardo, só em 2008 já ocorreram 30 fusões, 63% mais que em todo o ano de 2007; e nada indica que o processo seja interrompido: um número muito grande de pequenas instituições, bem ou mal-sucedidas, não terá como resistir à guerra de preços e ao assédio publicitário dos conglomerados que se formaram no setor.

Notícias como essas têm aparecido com freqüência e dão conta de uma dinâmica de natureza econômica característica do perfil que o ensino superior ganhou no Brasil - um vasto mercado de commodities simbólicas que está cada vez mais distante dos compromissos que a Universidade deve ter. Afinal, os resultados estão aí para quem quiser ver: boa parte das escolas particulares apresentam resultados sofríveis em todos os quesitos com que são avaliadas: da formação profissional e acadêmica à produção científica. E não se diga que os professores podem, de alguma forma, ser responsabilizados por isso.
Com toda a robustez financeira e material vivida pelas instituições, nossa categoria amarga difíceis condições de trabalho. Esse paradoxo (exuberância econômica versus baixa qualidade na formação dos alunos e precariedade do trabalho docente) é que precisa ser discutido por toda a sociedade, antes que o país perca a soberania que deve ter sobre um dos setores estratégicos de seu desenvolvimento.

Texto do site do
SINPRO - SP [extraído de "Historianet"]

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