A economia do Brasil esfriou? Sim!!
mas o que realmente interessa
é....... “Até quando?”
Assistimos nas
cidades, nas ruas do centro, nos pequenos comércios de bairro... “nunca havia visto um sábado à noite tão
deserto aqui na cidade. Da cachaça ao
pãozinho, todos se perguntam: “O que aconteceu?... cadê o dinheiro?’“.
Nossa geração que
cresceu em meio às crises inflacionárias mais exorbitantes de toda história do
Brasil, dadas durante os anos 1980, aprendemos pelo menos um pouquinho de
economia.
Ao que percebo, no
decorrer do 1º e do 2º mandatos do Lula, mais o 1º mandato da Dilma, o ministro
Mântega conduziu a economia concedendo créditos à população; abaixou certos
impostos que facilitaram aquisições como automóveis, imóveis e produtos
mobiliários entre outros, a fim de facilitar as vendas e as compras. Isso dinamizou a economia e produziu um
fenômeno inédito: “a menor taxa de desemprego de nossa história, inclusive,
inimaginável na economia neoliberal”. E
isso em meio a uma crise econômica mundial que só perdeu para a “Quebra da
Bolsa de NY, em 1929” (ou seria mais uma tentativa de achacamento dos países
pobres – e ricos em recursos... – pelas velhas elites conservadoras a que, de
uma maneira ou de outra, todos do mundo globalizado se viam de algum modo de
rabo preso?).
O fato é que países
emergentes, principalmente os da América Latina e da Ásia, viram na crise uma
oportunidade de se organizarem da forma menos brutal possível, o que
espantosamente, está dando certo. Nessa
oportunidade, fomenta-se ainda por agora, uma nova agenda mundial para uma
política econômica menos brutal do que aquela que o neoliberalismo, pela
extremidade das grandes asas que ganhou, vinha impondo lamentavelmente a todo o
mundo. E isso talvez tenha se
transformado num acordo que extrapola os interesses dos países pobres somente,
porque as constantes derrocadas advindas daquele modelo excludente, passou a
desmotivar também os países ricos, pois estes, ao tentarem por todos os meios apoiar
e impor a agenda neoliberal como o melhor caminho, começaram a perceber que de
fato os riscos e os efeitos nefastos desse modelo econômico, não servem mais. Certa vez imaginei uma reunião entre
republicanos e democratas discutindo os rumos do mundo, e os primeiros ainda
falavam dos abomináveis comunistas.
Imaginei Obama, logo no 1º mandato, dizendo: “Vamos ouvir pelo menos o
que eles têm a dizer”.
Divagações à parte e
mais do que os ventos que sopraram a favor, como a presença de Obama e seus
democratas, a repentina inédita do Papa Francisco, Hugo Chaves, Evo Morales,
Cristina Kirchner, Pútin, o crescimento da China etc., tudo foi fundamental,
mas percebo daqui, cá com meus botões, que o mais fundamental mesmo foi o nível
da presença de espírito atingido pela maioria das sociedades do mundo,
encontrando-se e conhecendo-se através das comunicações em tempo real por meio
das redes sociais (imaginem quando a gente se comunicar por telepatia rsrs).
Depois da posse da
Dilma em seu 2º mandato, vieram novas ondas de tentativas políticas de abalar
as estruturas que vieram dando certo até aqui.
Ataques políticos e econômicos orquestrados com a mídia alardeando
desespero, violência e instabilidade, insegurança; ações políticas em todas as
instâncias governamentais, envolvendo o que de mais vil viemos combatendo há
séculos, especialmente emanados do Congresso Nacional; tudo isso me sugere uma
tentativa só, e tão somente só, de criar confusão, embaçar a visão dos fatos,
criar desespero, instaurar o caos. Se
teatro de política instigadora a nos provar ou “alma-pequena” mesmo, realmente
não podemos deixar de reconhecer que nos últimos anos aprendemos muito e que
estamos, em grande maioria, mais conscientes do que nunca.
A crise econômica
hoje, afinal chegada ao Brasil tardiamente, veio com a marca perigosa do tal
“dragão da inflação”, que nós que vivemos os anos 80, aprendemos a domá-lo e o
enxergamos mais como uma mera lagartixa (que nos ajuda até, comendo moscas e
baratas dentro de casa).
Pra quem não sabe ou
não lembra, a receita é básica: dá-se crédito, o que significa dinheiro em
circulação, portanto, economia aquecida.
Paradoxalmente (e quem já trabalhou no comércio reconhece isso
facilmente), a economia aquecida no modelo capitalista gera naturalmente um
fenômeno universal e profundamente técnico: “a porra do olho grande, da
ganância sem limites”. Assim, o
pasteleiro, que vê seu pastel vendendo bem a R$ 2,50, resolve a curto prazo,
ganhar mais e mais. Então, em pouco
tempo seu pastel de carne já estaria custando seus R$ 4,50 ou mais se
puder. Ora, o que acontece é que o valor
real do dinheiro vai assim num crescente de desvalorização, e para saciar a
fome do terrível dragão, o pasteleiro já não pode fazer nada a não ser aumentar
seu pastel para poder pagar as contas ao menos.
Mas fique aqui bem
claro que a culpa não é nem de longe só dos pasteleiros. Há culpa também de quem paga caro pelo
pastel, emiscuindo-se de sua responsabilidade econômica. Por isso o dragão tem olhos grandes e uma
enorme boca esfomeada, mas o corpo desse dragão está mesmo é na fome das
fontes, que fornecem carne, soja, trigo, cebola, tomate etc.
Aí, você se esforça
um pouco mais pra compreender; puxa daqui, puxa dali e vai buscando as fontes
essenciais desse problema viruloso, e eis que percebe afinal que a culpa está
num sistema financeiro mundial que se firmou e se tornou burocrático, escravizador
e cruel. E como se ver livre disso? Não tem jeito, parceiro: “só encarando as
dores da liberdade e da justiça comum”.
Se você prefere a escravidão, é um direito seu; se quiser ser livre:
coragem – respeito é fundamental. Há
quem seja escravo por opção, para libertar os irmão. Todo meu respeito! mas se aceitar-se escravo
por comodismo, olha que os vampiros crescerão em você, sem dó nem piedade.
Mas e se resolver-se
não pagar as contas? Acaba a casa, a comida,
o abrigo, roupas, conforto – acaba tudo!
E é isso que cria medo, expectativa negativa, pânico; exatamente o que
alimenta esse tal sistema financeiro caduco, esclerosado e desumano. O mesmo sistema que desenvolveu os braços da
mídia e se especializou em conduzir o pavor das pessoas. Lembra do programa “Aqui e Agora”? Foi o 1º de uma série de programas horrorosos
do gênero, e que muitos de nós ainda vêem sentido em assistir por achar aquilo
sensato, normal, comum porque todo mundo vê...
Programas com o objetivo de dilatar o espetáculo da violência, com balas
e jatos de sangue sub-urbano escorrendo pela tela da TV....... Mais do que mal gosto e má intenção de quem projeta
esses programas, é o que expressa mesmo o nosso lado mais monstrengo, que tem
coragem de apreciar essas merdas.......
Sabendo de tudo isso
e mais um pouco, o governo brasileiro retirou acertadamente a maior parte do
dinheiro de circulação e não haverá alternativa a não ser o recuo dos preços,
desde o pasteleiro até as fontes, inclusive dos chupins agiotas travestidos de
gente de bem. Tudo isso a fim de
revalorizar, gradativamente, o valor de nossa moeda. É uma queda de braço e não há o que fazer por
hora, a não ser apertar o cinto, que o piloto tá de olho. Vamos resistir!! – já é fácil de perceber o
desespero dos velhos vampiros perdendo seus lacaios e não encontrando ninguém
para colocar no lugar a fim de os sustentar........ Vai-te reto...... teu banco afundou!!
Além disso,
assistimos ao empenho dos governos mundiais em buscar outra sistemática
econômica, para que todos ganhem, pois verificamos que o velho modelo
neoliberal não condiz mais com nossa dignidade.
Por isso mesmo reafirmo: “fomos provados e estamos sendo convidados a
vencer, o que não seria possível em outros tempos e por outras gerações”. Se o momento é de apertar os cintos, não
esqueçamos que todas as nações do mundo, mesmo as mais ricas, passaram por
muitos momentos iguais a este, e muitos outros piores. A diferença é que eles têm suas próprias
histórias, e nós, a nossa, que construímos de maneira mais consciente a cada
instante.
Disse-me nossa mãe,
D. Nadir, ainda antes de morrer há quase 3 anos: “Crise vai e vem, sempre teve;
passamos todas!”. Coragem!! tamo junto,
irmão marmiteiro...... é um prazer e uma
honra fazer parte do time.
Santos/SP, 12 de
julho de 2015.
Paulo S. Teixeira