31 julho 2008

AULAS DE INFORMÁTICA EM SÃO VICENTE

Publicado quinta-feira, 31 de julho de 2008
JORNAL ELETRÔNICO "BAIXADA SANTISTA"
Adesaf abre 275 vagas para aulas de informática

Educação em São Vicente - Com o objetivo de expandir a inclusão digital em São Vicente, a Associação em Defesa da Saúde da Família (ADESAF) abre 275 vagas para o Projeto Clique Social.
Serão cursos, com duração de 3 meses, com aulas de 1 hora e meia, uma vez por semana de informática básica, witter básico e avançado e edição gráfica. Os interessados devem comparecer à sede da ADESAF, na Rua Guarani, 70 - Parque São Vicente, de segunda a sexta, das 8 às 18 horas, portando cédula de identidade e CPF. Menores de idade precisam estar acompanhados de responsável.

PRODUÇÃO CIENTÍFICA CRESCE NO PAÍS

O Brasil ocupa hoje a 15ª colocação no ranking da produção científica mundial. Com 19.428 artigos publicados em 2007, o País responde por 2,02% do total da produção científica no mundo, superando a Suíça (1,89%) e a Suécia (1,81%) e aproximando-se da Holanda (2,55%) e da Rússia (2,66%). Os números foram divulgados nesta terça-feira (8/JUL), pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e pelo presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães. Entre os países latino-americanos, o Brasil é destaque.
Em segundo lugar no continente vem o México, na 28ª posição mundial, com 7.469 artigos publicados no mesmo período, o que corresponde a 0,78% da produção no mundo. Quando combinados os fatores território (países com mais de quatro milhões de quilômetros quadrados), população (países com mais de 100 milhões de habitantes) e economia (países com PIB maior do que 400 milhões de dólares), o Brasil figura entre os quatro primeiros produtores científicos do mundo, junto com a Rússia, os Estados Unidos e a China. Para o presidente da Capes, a expectativa para a produção científica brasileira em 2008 é grande. Até agora, o número de publicações é de 18.390. Destas, 14.961 são de artigos científicos. “É quase certo que ultrapassemos a marca de 2007”, comemora.

Trajetória - No quesito qualidade, medido pela porcentagem de citações – quantidade de artigos citados em outras publicações –, o Brasil está em 25º lugar na lista mundial, com 57,6% de artigos mencionados no período de 2003 a 2007. Em primeiro, está a Dinamarca, seguida pela Suíça. Nesse ranking, China e Rússia ficam atrás do Brasil.

“Continuamos uma trajetória consistente no aumento da produção científica brasileira”, afirma Haddad. “Nossa grande tarefa, agora, é traduzir esse acúmulo de conhecimento para a área do magistério, formando professores para a educação básica.” Segundo o ministro, outro passo importante a ser dado é transformar o potencial de produção científica em aplicação no trabalho. “A Lei de Incentivo à Pesquisa começa a sair do papel. Começam a chegar os primeiros projetos de pesquisa aplicada”, relata. Para Jorge Guimarães, entre os motivos para a boa colocação do País estão os programas de iniciação científica, o fortalecimento da pós-graduação, a formação de grupos de pesquisa, as cooperações internacionais e, mais recentemente, o Portal de Periódicos da Capes. “O mundo dobrou a produção científica de 1981 a 2006. O Brasil aumentou em nove vezes”, exemplifica.
A área brasileira que se destaca no âmbito mundial em produção científica é a agricultura, com 4.139 artigos produzidos entre 2003 e 2007 – 4% da produção total em todo o mundo. Já dentro do País, o destaque vai para a medicina: 3.745 artigos publicados em 2007. Entre os artigos brasileiros citados nos últimos quatro anos, 71% são da área de neurociências. “Os artigos brasileiros sobre agricultura são pouco citados mundialmente porque a nossa agricultura é tropical; não interessa tanto para países com outro clima”, explica Guimarães.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (15JUL2008). [extraído do site PRAVDA-BRASIL]

O PODER DA GRANA NA EDUCAÇÃO


Capital Estrangeiro no Ensino
Capital estrangeiro e fusões de empresas aumentam no ensino superior 10/07/2008 16h15
O processo de oligopolização no mercado do ensino superior brasileiro aumentou ainda mais nesta semana: a Anhanguera Educacional comprou mais uma instituição – o Centro de Ensino Superior de Rondonópolis. Com isso, o grupo chega a 140 mil estudantes e estende seus interesses por vários Estados. A informação foi dada no blog da jornalista Renata Cafardo, do jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a matéria, além da Anhanguera, também a Estácio de Sá, uma tal de Kroton Educacional e o Sistema Educacional Brasileiro são alguns dos empreendimentos no ensino universitário que têm capitais abertos na bolsa de valores, foco de atenção de investidores estrangeiros. De acordo com Cafardo, só em 2008 já ocorreram 30 fusões, 63% mais que em todo o ano de 2007; e nada indica que o processo seja interrompido: um número muito grande de pequenas instituições, bem ou mal-sucedidas, não terá como resistir à guerra de preços e ao assédio publicitário dos conglomerados que se formaram no setor.

Notícias como essas têm aparecido com freqüência e dão conta de uma dinâmica de natureza econômica característica do perfil que o ensino superior ganhou no Brasil - um vasto mercado de commodities simbólicas que está cada vez mais distante dos compromissos que a Universidade deve ter. Afinal, os resultados estão aí para quem quiser ver: boa parte das escolas particulares apresentam resultados sofríveis em todos os quesitos com que são avaliadas: da formação profissional e acadêmica à produção científica. E não se diga que os professores podem, de alguma forma, ser responsabilizados por isso.
Com toda a robustez financeira e material vivida pelas instituições, nossa categoria amarga difíceis condições de trabalho. Esse paradoxo (exuberância econômica versus baixa qualidade na formação dos alunos e precariedade do trabalho docente) é que precisa ser discutido por toda a sociedade, antes que o país perca a soberania que deve ter sobre um dos setores estratégicos de seu desenvolvimento.

Texto do site do
SINPRO - SP [extraído de "Historianet"]

26 julho 2008

VERBA PARA INCLUSÃO DIGITAL (BAIXADA SANTISTA)

Deputado federal Beto Mansur consegue verba para programa de inclusão digital
Publicado em: 26/06/2008


O deputado Federal Beto Mansur (PP) deu uma excelente notícia a 15 prefeitos da Baixada Santista e Vale do Ribeira. Emendas individuais apresentadas por ele que somam quase R$ 1,9 milhão foram empenhadas junto ao Ministério de Ciência e Tecnologia, o que significa dizer que o dinheiro está à disposição.“Agora, só falta essas prefeituras enviarem projetos e planos de trabalho para a verba ser liberada”, disse o parlamentar.

A quantia (R$ 1.899.975,00) será utilizada na implantação de projetos de inclusão digital. “Fico muito satisfeito com isso, pois o dinheiro vai beneficiar muitas pessoas que poderão ter acesso ao mundo digital e aprimorar o conhecimento”, prosseguiu Mansur.

Serão beneficiadas as seguintes cidades: Santos, São Vicente, Praia Grande e Guarujá têm à disposição R$ 155.100,00. Já os demais municípios da Baixada Santista, Cubatão, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe e Bertioga, e do Vale do Ribeira, Registro, Iguape, Juquiá, Itariri, Jacupiranga e Pedro de Toledo receberão R$ 116.325,00.

Essas prefeituras estão sendo contatadas pela Caixa Econômica Federal e comunicadas que o dinheiro já pode ser retirado. “Mas para isso, devem apresentar os planos de trabalho”, insistiu Mansur.

Os quatro municípios que recebem R$ 155.100,00 podem montar até quatro salas de aula. “E em cada sala haverá 15 computadores, o que quer dizer que a cidade terá 60 novos pontos”, enumerou Beto Mansur.

Já com os R$ 116.325,00 destinados a 11 cidades é possível montar 15 computadores em cada uma das três salas que podem ser equipadas.

Em uma rápida conta, chega-se a números expressivos. “No total, a verba viabilizará 49 novas salas de aula com um total de 735 pontos”, finalizou o parlamentar.

DIPONÍVEL EM

SERRA EM SÃO VICENTE

São Vicente ganha ETEC no 2º semestre

O governador José Serra visitou nesta quinta-feira, 21, em São Vicente, o prédio que abrigará as futuras instalações da primeira Escola Técnica (Etec) da cidade. “Hoje, esse espaço é usado pela Direção Regional da Educação (DIR), mas vai voltar a ser o que era originalmente, uma escola”, disse em discurso o governador, ao lado da presidente do Centro Paula Souza, Laura Laganá.

Ele fazia referência ao “Grupão”, o prédio da antiga Escola Estadual Zina de Castro Bicudo, inaugurado em 1893. “Este é um prédio histórico e deve ser uma escola para sempre”, disse o prefeito de São Vicente, Tércio Augusto Garcia Júnior. “Graças à sensibilidade do governador, pudemos oferecer um outro prédio para abrigar a DIR”, completou o prefeito.

Início das aulas
O Centro Paula Souza vai dar a largada para o início das aulas da Etec no antigo Grupão no começo do segundo semestre deste ano, quando serão oferecidos os cursos técnicos de Edificações e Informática. Serão 160 vagas, sendo 80 para cada curso, divididas em dois turnos. Metade dos alunos estudará no período vespertino e a outra, no período noturno.

Quando estiver em pleno funcionamento, o prédio terá capacidade para abrigar cerca de 1.000 alunos, entre Ensino Médio e Ensino Técnico, sob responsabilidade do Centro Paula Souza, adiantou o governador. A previsão é de que as aulas do Ensino Médio comecem a partir do primeiro semestre de 2009.

Expansão das Etecs
O governador ressaltou que a nova unidade de São Vicente faz parte de uma grande expansão do ensino técnico em São Paulo. com a intenção de para garantir melhores empregos para os jovens. Ele lembrou que a Baixada Santista já dispõe de seis escolas técnicas (Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande e Santos, que conta com duas) e serão mais três: em São Vicente, Cubatão e Santos. “Vão ser escolas com especialidades voltadas para as necessidades de desenvolvimento da região, discutidas com a prefeitura e a comunidade”, lembrou Serra.

A unidade de Santos estará voltada à atividade portuária. Serão três cursos técnicos: operações portuárias, estruturas navais e logística de armazenagem, transporte e distribuição. A previsão de inauguração da Etec de Santos está marcada para o mês de agosto deste ano.

A Etec de Cubação começou a funcionar no dia 11 deste mês como classe descentralizada (extensão da Etec Dona Escolástica Rosa, de Santos). A unidade teve processo seletivo para o preenchimento de 280 vagas. A Etec oferece ensino médio (120 vagas de manhã) e dois cursos técnicos: meio ambiente (80 vagas em dois períodos) e logística (80 vagas em dois períodos).

VLT
Serra aproveitou a visita à Baixada Santista para destacar a implantação do VLT (veículo leve sobre trilhos), um meio de transporte público movido por eletricidade. O projeto prevê a construção de 11 quilômetros de trilhos entre Santos e São Vicente.

“Vi no exterior como eles são, é uma espécie de bonde, cabem até duzentas pessoas, são muito confortáveis e vão resolver um grande problema de transporte entre os dois municípios”, contou Serra, informando que a implantação do VLT “é um projeto prioritário para o Estado” e que a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos está trabalhando aceleradamente para viabilizar o projeto.

Para encerrar, o governador citou outras medidas para a cidade já em andamento: a liberação de R$ 4,8 milhões para a construção de um teatro municipal, além de recursos para a pavimentação de 70 mil metros quadrados de ruas. Ao se despedir, o governador ainda lembrou do programa Onda Limpa, a maior iniciativa de saneamento básico na história da Baixada Santista, em plena atividade.

DISPONÍVEL EM http://www.saopaulo.sp.gov.br/sis/lenoticia.php?id=92406
Portal do Governo do Estado de São Paulo - extraído em 28FEV2008

Educação não é mais centrada só no indivíduo e na sociedade

Há duas portas de entrada para a educação e para a socialização da vida humana: a família e a escola. Da família herdamos ou não o sentido da acolhida e da auto-confiança (da mãe) e o sentido dos limites e a percepção de valores éticos (do pai). A escola, além que repassar informações, se propõe o objetivo de criar as condições para a formação de pessoas autônomas com competência para plasmar o próprio destino e aprender a conviver como cidadãos participativos. A educação, nesta perspetiva, era centrada no ser humano e na sociedade.
Esse propósito correto é hoje insuficiente. Depois que irrompeu o paradigma ecológico, nos conscientizamos do fato de que todos somos ecodependentes. Não podemos viver sem o meio ambiente, com seus ecossistemas, que, incluído o ser humano, forma o ambiente inteiro. Somos um elo da comunidade biótica. A humanidade não está frente à natureza, nem acima dela como donos, mas dentro dela como parte integrante e essencial. Participamos de uma comunidade de interesses com os demais seres vivos que conosco compartem a biosfera. O interesse comum básico é manter as condições para a continuidade da vida e da própria Terra, tida como superorganismo vivo, Gaia.
O fato novo, até há pouco ausente na consciência coletiva da grande maioria e também de cientistas, é que todo o sistema de vida está correndo risco. É conseqüência de uma civilização produtivista/ consumista/ materialista que tem predominado nos últimos séculos, hoje globalizada. Ela fez com que a Terra perdesse seu frágil equilíbrio e sua capacidade de autoregeneração. Temos que impedir que Gaia entre num processo de caos, buscando através dele um novo equilíbrio, mas à custa de pesados sacrifícios ecológicos, como a dizimação de milhares de espécies, cataclismos, secas, inundações, insegurança alimentar em vastas proporções e, eventualmente, o desaparecimento de incalculável número de seres humanos. A partir de agora, a educação deve impreterivelmente incluir as quatro grandes tendências da ecologia: a ambiental, a social, a mental e a integral ou profunda (aquela que discute nosso lugar na natureza e nossa inserção na complexa teia das energias cósmicas).
Mais e mais se impõem entre os educadores ambientais esta perpectiva: educar para a arte de viver em harmonia com a natureza e propor-se repartir equitativamente aos demais seres os recursos da cultura e do desenvolvimento sustentável. Precisamos estar conscientes de que não se trata apenas de introduzir corretivos ao sistema que criou a atual crise ecológica, mas de educar para sua transformação. Isto implica superar a visão reducionista e mecanicista ainda imperante e assumir a cultura da complexidade. Ela nos permite ver as interrelações do mundo vivo e as ecodependências do ser humano. Tal verificação exige tratar as questões ambientais de forma global e integrada.
Deste tipo de educação deriva a dimensão ética de responsabilidade e de cuidado pelo futuro comum da Terra e da humanidade. Faz descobrir o ser humano como o cuidador do jardim do Éden que é nossa casa comum e o guardião de todos seres. A democracia, além de ser sem fim, como o quer com razão Boaventura de Souza Santos, será também uma democracia socioecológica. Junto com a cidadania (que vem de cidade) estará a florestania (que vem de floresta), ensaiada pelo governo petista do Acre. Ser humano e natureza se pertencem mutuamente e juntos devem construir um caminho de convivência não destrutiva.
  • Jornal Eletrônico "O Tempo" - Leonardo Boff
  • (extraído em 08/jun/2008)

PAÍS PRECISA DE DOCENTES EM FILOSOFIA E SOCIOLOGIA


Disciplinas se tornaram obrigatórias por lei sancionada no mês passado

O Brasil precisa de 15 vezes mais professores de filosofia e 40 vezes mais de sociologia para que todas as escolas de ensino médio passem a ter aulas das duas disciplinas. A obrigatoriedade foi instituída por lei no mês passado, depois de um debate que durou décadas. Um estudo feito pelo Ministério da Educação (MEC) a pedido do Estado mostra a dificuldade que as escolas terão para se adaptar à nova legislação. Além da falta de docentes dessas áreas, há ainda material didático insuficiente e poucos estudos sobre um currículo atual de sociologia e filosofia.


Hoje o País tem 20.339 professores de sociologia atuando nas escolas, no entanto, só 12,3% deles (2.499) são licenciados na área. O restante se graduou em áreas como história, geografia, português. Em filosofia, o número atual é de 31.118, sendo 23% (7.162) com a licenciatura específica. Isso porque há estimativas de que 17 Estados já tenham aulas dessas disciplinas em pelo menos um ano do ensino médio. Segundo o estudo do MEC, a demanda em cada uma das disciplinas é de 107.680 professores. O levantamento mostra também que a quantidade de graduados nas duas áreas nos últimos cinco anos, independentemente da opção por dar aulas ou não, está longe de cobrir o déficit. Foram cerca de 14 mil em filosofia e 16 mil em sociologia. "Não haveria professor suficiente nem para ter apenas um por escola", diz Dilvo Ristoff, autor do estudo e diretor de Educação Básica Presencial da Capes/MEC, órgão que agora cuida também da formação de professores no País. São 24 mil escolas de ensino médio no Brasil. "A falta de professores ocorre em várias disciplinas. Mas o currículo não podia mais ficar empobrecido, sem a sociologia e a filosofia", diz o presidente da Câmara da Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE), Cesar Callegari, que foi o relator de um parecer favorável à medida em 2006. O documento pedia que os Estados se preparassem durante um ano - o que terminou em agosto de 2007 - para acrescentar as duas novas disciplinas, mas não estipulava prazo para implantação nem dizia em que série do ensino médio elas deveriam estar inseridas. A lei de junho retificou essa decisão e exigiu que sociologia e filosofia integrassem o currículo dos três anos do ensino médio, o que complicou mais ainda a situação.


Antes disso, em 2001, o então presidente, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, vetou uma lei semelhante, alegando justamente a falta de professores. As disciplinas haviam sido banidas dos currículos em 1971 durante o regime militar no País e substituídas por aulas como a de Educação Moral e Cívica. "Como não havia campo de trabalho, muitos professores deixaram de fazer licenciaturas nessas áreas, mas isso pode ser recuperado aos poucos", diz a presidente do sindicato dos professores de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha. Enquanto isso, segundo ela, docentes de história, principalmente, podem dar aulas dessas disciplinas. É o que vem sendo feito em alguns Estados. A lei atual não prevê prazo para total implementação das disciplinas e nem a carga horária que deve ser dedicada a elas. O estudo do MEC fez estimativas considerando a mesma carga horária usada hoje em história (3 aulas por semana), com quatro turmas por professor.


Para o presidente do Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo, Lejeune de Carvalho, a necessidade de professores prevista está "exagerada". "Um professor pode dar até 20 aulas." Segundo ele, a demanda seria de 25 mil professores, um para cada escola. Mesmo assim, o sindicato tem feito parcerias com universidades para que ofereçam licenciatura para os que já são bacharéis em filosofia e sociologia. Hoje, há 12 cursos de graduação em Sociologia e Estudos Culturais no País e 83 de Filosofia. Apesar da previsão, o MEC ainda não tem um plano para incentivar a formação de professores nessas áreas.


CURRÍCULO - O sindicato também organiza nesta semana um seminário na Universidade de São Paulo (USP) para discutir como ensinar as disciplinas. "Defendo que haja um tronco nacional com conteúdos mínimos como história das ciências, principais teóricos, instituições, classes. Mas há quem acredite que deve ficar a cargo de cada escola", diz. "As outras disciplinas estão anos-luz na nossa frente, porque sempre estiveram no currículo. "Hoje a disponibilidade para livros didáticos de filosofia é maior que em sociologia, segundo a Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros). "Os conteúdos são correlatos a outras disciplinas e têm grande subjetividade" , diz o membro da comissão editorial da entidade, Antonio Nicolau Youssef. Segundo ele, normalmente as editoras têm apenas um livro para ser usado por todos os anos do ensino médio, o que também terá de ser mudado com a nova lei.

O Estado de S.Paulo, 21 jul. 2008.
Renata Cafardo

Royalties do petróleo para a Educação

Combinar crescimento econômico com educação é o que dá sustentabilidade ao desenvolvimento nacional. Foi o que destacou o ministro da Educação, Fernando Haddad, durante entrevista ao Programa do Jô, da Rede Globo, que foi ao ar na madrugada desta quinta-feira, 10/07. Para Haddad, a diferença entre o atual momento de retomada de crescimento do país e períodos anteriores, em que a taxa de desenvolvimento econômico chegou a 7%, 10% e até 12%, é a decisão de formar melhor os cidadãos.
“Recentemente, o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] lançou a idéia de usar os royalties do petróleo para a educação. Se as reservas petrolíferas forem confirmadas e pudermos nos apropriar de uma parte dessa riqueza, vamos ter mais uma oportunidade”, disse o ministro, referindo-se ao investimento no ensino.
Haddad ainda lembrou que o orçamento do Ministério da Educação terá de volta os recursos que vinham sendo retirados com a Desvinculação de Recursos da União (DRU). A Proposta de Emenda à Constituição que prevê o fim do dispositivo foi aprovada pelo Senado Federal no último dia 2. Nesse dia, também foi aprovado pela Casa o piso nacional do magistério, de R$ 950. Sobre os professores, o ministro ressaltou que, além do novo piso salarial, a implantação de diretrizes nacionais de carreira e de um sistema nacional de formação vai permitir que a juventude se atraia pela carreira novamente.
A mudança no Sistema S – composto, entre outros, por Sesi, Sesc, Senai e Senac – também foi assunto abordado na entrevista. Haddad explicou que o maior objetivo da proposta de reforma é ampliar a gratuidade. “Hoje, praticamente todos os serviços dentro do sistema são pagos. Se a sociedade já está contribuindo compulsoriamente com 2,5% de sua folha de pagamento, o acesso às atividades tem que ser gratuito à população que não pode pagar”, defende.
O ministro também falou sobre a qualidade do ensino no Brasil e as metas propostas a partir da criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Pela primeira vez, houve um aumento da qualidade da educação, desde que começou a ser medida. O Brasil subiu para a nota 4,2 no Ideb. Em 2005, o índice era de 3,8. “Isso porque passamos a atuar de maneira sistêmica, ampliando o acesso à universidade e às escolas técnicas e formando mais professores. Parece começar a produzir efeito concreto e positivo”, acredita. A meta a ser alcançada pelo país em 2022 é de 6 pontos no Ideb, média dos países desenvolvidos. “O ideal é que as políticas públicas sejam políticas de estado, que não haja descontinuidade de governo para governo. O Brasil já está aprendendo a lidar com esses conceitos”, afirma Haddad. Para o ministro, essa visão permite que inovações e ajustes sejam feitos com mais legitimidade nas próximas gerações de governantes.
Fonte: Jornal Eletrônico PRAVDA-BRASIL (extraído em 14/jul/2008)